quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Já quase no fim,o boi geme como nunca me vi.A união do couro já já desfaz,e o que esborra é sangue.
Pêlos manchados,vermelhidão tomada,olhos de morte.
Acabou?

Nada.O costume já tenho,mas hoje tá foda.
Fecha-se fronteiras,a carne de tanto sal à gosto de morte,seca.Sim, seca o indivíduo,que quer sair ,mas não sai.O portão de arribar lá distante longinho distante,Dez passos. onde um só é impossível.
O sol lembra-se de vingar,tipo queimor de carnaval,verãozão dos infernos.
boi do diacho pra morrer.Contorcendo-se, gasto,vivendo-se morto.Ele lá,firme forte com dor.

E não é que um abatedor não costuma fraquejar!
O
portão bem ali.
Vai vai vai.
Vai nada.parafusou-se,pálido como víbora.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

ela,rodopiando em branco e preto.pula pula salta só.derrete de calor sem cor na grama branca.ata desata reata nó.
e eu,
o translúcido que vê,babo histericamente a imagem real de um sonho extraordinário.

até a ponta da faca, a milésimos de segundos do coração, consente atraso.
carregado de insignificância,o arco-íris retira-se. e o sol permite-se branco a esse turbilhão confuso.é um estouro,um vácuo dessemelhante a tudo. filme nunca visto.infilmável.faltam cores.mas se faltam,que falte,não me venha mais...

indefinível aos olhos.
a branco e preto sem cessar rodopia gira salta solta os cabelos.
em frente ao pai,ao padre,à puta,ao povo


-PÁRA A DANÇA!
-PÁRA A DANÇA!


e pára dança não acontece.
impossível.


trilhões de trompetes,trombones e trompas ejaculam imprevisíveis notas jamais dançáveis.e lá ela roda gira salta solta,lá ela dança,pula geme passa.
até que se misture treva e luz,em círculos e mais círculos de caos.gira, salta e solta no ar.

...

lá o translúcido,sempre só, translúcido ...faca no peito...sempre sempre ...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Peço-lhes que desconsiderem minha incapacidade de escrever o  que esperam,nunca fui bom nisso e é só por não se ouvir que se escreve ,é só por não se ler que se escreve que tudo fica às escuras.e conforta mesmo,desconsiderem a magnólia ,os cacos brilhosos de um estouro etílico no meio da rua,apenas um pá e nada mais, só um pápápá e pronto, mais o chão cortado.A magnólia e cacos de vidro?,mas que tem a ver um com outro? A dor de ser o mesmo ,de ter uma língua leve e pouca,um sentimento pesado,o caos venal obscuramente me arrudiando.é ,estou vivo.parei de ser belo pra ser um aberro,um sol sem raio,uma bola vermelha louca com impotência lucífeca.por isso não esperem coerência artística,perdi a essência,depois de pichadas as paredes da escola,depois de grades na sala de aula,depois de escritos  por dedos sujos de merda nas paredes de banheiros,esqueci a flor,e nem sei caracteriza-la.Por isso é sorte ser lido,não lêem mais lírios,por que lerão merda?.  Temos muito com isso e ao mesmo tempo nada,queremos a piscina sempre limpa e queremos compras no melhor supermercado shopping centers e tal,queremos o artista global.Por isso o sol é pra todos,mas a queimadura dele pra alguns muitos ,que sofrem falta de flor de palavras nos poemas.a pele limpa da poesia é cortada com uma navalha caótica que a suja de sangue.E o fim disso e dos demais ,não sei, com todo direito a não querer saber.

"Lá chegam todos,lá chegam todos...
qualquer dia,salvo venda,chego eu também...
Se nascem,afinal,todos para isso..."

Álvaro de Campos

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"Lá chegam todos,lá chegam todos... qualquer dia,salvo venda,chego eu também... Se nascem,afinal,todos para isso..." Álvaro de Campos