segunda-feira, 22 de novembro de 2010



"Quero estar, onde estão

Os sonhos desse hotel
Muito além do céu
Nada a temer, nada a combinar
Na hora de achar meu lugar no trem
E não sentir pavor
Dos ratos soltos na casa


Minha casa

Não precisa ir muito além dessa estrada
Os ratos não sabem morrer na calçada
É hora de você achar o trem
E não sentir pavor
Dos ratos soltos na casa


Sua casa."4





parado passivo singelo sol quente.
raios de ferro esporreiam no ar

paralelas que se cruzam
paralelas de ferro
em tantas e tantas pedrinhas janelas retorcem meus olhos nos trilhos

eu passo a passo e vacas quietas em verde-verdes come azulado céu explosível em nuvem cercável de sol

deus vestido!
"Coisas que a gente se esquece de dizer"1


Os trilhos me prendem.


Trilhos:pedagogos da causa pequena,guia dos cegos ,uma água de amparo durante a queda em meu vagar.
Esfria o quente dilatar
do corpo,

porque...

porque quero só o que me preenche, quero tudo.


Os trilhos embaixo em cada estação a bola maior se comprime é o sol sem paradeiro no fim da paragem os trilhos em cima diante de deus nos meus olhos

a terra do sol se esvai.

deus e o diabo em paz,

ausente o calor infinito.

Já o trem,vai

em frente.
Lá atrás ,

eu fui. Eu passo com o trem que passa a vida em compasso me perco re-acho as mil paragens no mesmo estalar.


ESTAÇÃO PARADA:
"O bom da vida é para o cavalo,que vê capim e come"2
e
"quando a gente anda em círculos os dias parecem séculos"3




Enfim.


O tempo,este que roda preso

nas paralelas linhas do trem,
tem fim

não

é sempre a linha arrudiada e grudada de ponta a ponta.
























1 O trem azul,de Lô Borges.
2 do Grande Sertão:Veredas,de Rosa. ser tão Grande.
3Filme de guerras canções de amor,dos engenheiros do hawaii.
4trem de doido,Lô Borges. Ouçam o disco Clube da Esquina,que a sonoridade ampla explica.




as dores não são condicionantes de tudo.portanto não mandam no que pode ser impresso.
ESTAÇÃO DA ALEGRIA.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Riobaldo

"as pessoas afinam e desafinam.não estão sempre iguais.

E,outra coisa:o diabo,é as brutas;mas Deus é traiçoeiro!Ah,uma beleza de traiçoeiro-dá gosto!

Ele faz é na lei do mansinho-assim é o milagre."





Do Grande Sertão

sábado, 7 de agosto de 2010

O verde escuro mar e o sol cansado de seu fogo é o melhor presente para se dar a Mersault. Estrangeiro.
Pois é assim que o dia o engana, por não ser a totalidade da noite.
Já a morte pinta seus olhos com as suas pequenas frações de verdade. O Cais de Santa Rita ,com seus roedores submersos. Marco Zero,tapete remoto aos olhos me dizendo da profundidade que há na superfície de seus planos.A cidade em baixo da água.O choro que nem sai mais: tomado pelo mar e levado pelo frio.

Mersault secou e sem raios se joga no mar adiante.

Sem amanhecer,morre.
Morto como o resto da noite deve ser.

Mersault matou.

O sol apavorado com o seu fim se joga no mar.Anoitece.

A força.A forca.E todos - O Mar,O sol e eu - adoramos o que seja fim em par com o eterno recomeço.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

no fronte de tantas letras somente montar me agrada.
o que você quer ou pensa não me diz nada

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faca foice dilatada
pés e mãos
virgem moça enrabada
e milhares de pinhais chamejantes em seu inferno próprio de existir

a falta de palavras

pelo amor de deus
me leia me coma me devore me seja me faça me exista me visite me vista me cuide me ame me ame me ame me ame ame

visite as minhas paragens sempre que seu coração mandar,sempre que cedo,
deus proverá meu vazio este blog minha paciência



Deus

terça-feira, 6 de julho de 2010

arcanjos fedorentos com gosto de enxofre eu sou jorge de lima o caos em panfleto tirando o bem mal do coração de belzebu eu sou antônimo também lorca como cadela inchada no cio caçando e caçada por mil cães famintos e esqueléticos carcomidos eu sou maria das dores com piedade e dó dos filhos barbudos pederastas dançando no melhor dos precipícios com fome e com sol quente derretendo a cabeça paradas paragens que meu professor me ensinou um céu e piva o bruxo me mostrou o inferno sou piva carniça e ossos quebrados qual porco em seus restos rejeitados pelo açougueiro sou clímax fraudulento e foda no ânus pederastas desses poetas que não servem nem pra guiar e não servem mais pra nada sou padre excomungado que leu sade e se excitou batendo punheta a máquina de escarrar já sem catarro o poeta tremejante sem poder esporrear em ninguém geme nas últimas horas e eu paro a minha vida neste ponto final.

Roberto Piva, e sua morte de todos os dias.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Eu que não queria morta,e bem certa tá aí


adianta não somente o som, e escrever.

foram trancas e mais trancas. tetos abaixo de um sol que nunca apareceu... e todos amarelecidos pálidos pelo abandono do céu. medo de deus.

deus permitiu barulho lá fora
bola murcha e quatorze perninhas e um vai vem de gritos
.... cozer lá fora radiante, que no peito na cara em todo seu poder de amedrontar e queimar quem o ousa.

deus é sempre bom.

permitiu o barulho lá fora. permitiu a eterna prisão do já preso.




Ali na casa sete e sete, medo desespero real. de mãos frias olhos d'água e mais e mais trancas no teto normal : cerrado.

fechadas janelas , portas abertas o sol infernal

daqui de fora que de tão bonito impossibilitou a minha visão sobre ela (morta).

e morta lá que nem sem sol em vida, inferno em vida,abismará na rotineira escuridão de seus dias...cumprindo com o empurrar que a nós pertence :



a calma de dentro explode histérica. ócios inchados de tanta flacidez de um tempo dobrado em ondas e mais ondas de pele.
surpreende prende. o SOL lá em cima, que tostando sugando explodindo em visões e cores possíveis e impossíveis é aquele quem dá a vida e mata.

nem somente sol,nem grande o sol. o problema não é só o sol. "a vida é mutirão de todos,por todos remexida e temperada"1

1em Grande sertão. Ser tão grande.



terça-feira, 16 de março de 2010

Adeus!!!
Rotina velha de cansar em círculos






O retorno de Ulisses em volta de um mundo injustamente redondo é enfim interrompido por uma raiva nada habitual das formas. Uma pequena armadilha do esperado.


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E que caia sempre sem pressa,em toda a sua vida!

As estrelas, porém,se é que são estrelas,arranham o globo ocular com tracejados azuis de linhas tortas. Estonteante que só elas.
Ai meus olhos!isso para todo momento.

ébrio


para quando te ponhas no além mundo mar

Tédio
de antes os dias séculos de andar em círculos agora dos pulmões dilacerados pela pressão do ar que quer entrar e entrar
é um tumulto,é sem fim cair cair cair cair cair e cair

Bons sonhos e quedas para todo o sempre amém


saúde,Ulisses!!!
"Muito além do céu
Nada a temer, nada a conquistar
Depois que esse trem começa andar, andar
Deixando pelo chão
Os ratos mortos na praça"

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"Lá chegam todos,lá chegam todos... qualquer dia,salvo venda,chego eu também... Se nascem,afinal,todos para isso..." Álvaro de Campos